CEO da Theranos Elizabeth Holmes é condenada a mais de 11 anos
A empreendedora de tecnologia americana Elizabeth Holmes foi condenada a 11 anos e três meses de prisão por fraudar investidores em sua startup de exames de sangue, a Theranos, agora extinta, que já chegou a valer US$ 9 bilhões.
Ela foi condenada por quatro acusações, mas absolvida por outras quatro que alegavam ter fraudado pacientes que pagaram por exames da Theranos.
A sentença imposta pelo juiz distrital dos EUA, Edward Davila, foi menor do que a pena de 15 anos solicitada pelos promotores federais, mas muito mais dura do que a leniência que sua equipe jurídica buscava para a mãe de um filho de um ano com outro a caminho.
Holmes, de 38 anos, enfrentava uma pena máxima de 20 anos de prisão. Sua equipe jurídica solicitou não mais de 18 meses, de preferência em prisão domiciliar.
“Esta é uma sentença muito pesada”, disse Rachel Fiset, advogada de defesa que também se envolveu em casos de saúde.
Holmes, que foi CEO durante os turbulentos 15 anos de história da empresa, foi condenada em janeiro pelo esquema, que girava em torno das alegações da empresa de ter desenvolvido um dispositivo médico capaz de detectar uma infinidade de doenças e condições a partir de algumas gotas de sangue. Mas a tecnologia nunca funcionou, e as alegações eram falsas.
A Forbes apelidou Holmes de a bilionária self-made mais jovem do mundo em 2014, quando ela tinha 30 anos e sua participação na Theranos valia US$ 4,5 bilhões. A Theranos entrou em colapso depois que uma série de artigos do Wall Street Journal em 2015 questionou sua tecnologia.
A atriz Amanda Seyfried ganhou um Emmy Award em setembro por interpretar Holmes na minissérie “The Dropout”.
A Theranos foi destruída “por deturpações, arrogância e simplesmente mentiras”, disse o juiz.
“Este caso é tão perturbador em tantos níveis”, disse Davila. “O que levou a Sra. Holmes a tomar as decisões que tomou? Houve perda da bússola moral?”
A ascensão meteórica de Holmes a levou às capas de revistas de negócios que a saudavam como a próxima Steve Jobs. E seu engano foi persuasivo o suficiente para atrair uma lista de investidores sofisticados, incluindo o magnata do software Larry Ellison, o magnata da mídia Rupert Murdoch e a família Walton por trás do Walmart.
